Queridos leitores, a mensagem que lhes ofereço nesta semana é uma reflexão sobre a difícil missão de educar e manter em equilíbrio a relação entre pais e filhos.
Influências dos meios de comunicações somadas às oportunidades que o mundo em geral oferece, mais vantajosas sob a ótica dos jovens do que a rotina da vida em família ou mesmo das salas de aulas, levam muitos pais ao desespero, a insegurança e até a se culparem, aceitando que agem errado na educação dos filhos.
As experiências que vivi ao longo da minha vida profissional como educador, somada a alegria e graça de ser pai de três filhos, me leva a afirmar-lhes que: “Educar é não se cansar nunca”!
Disponha o tempo e acredite na força e poder das suas palavras, que aparentemente hoje, causam contrariedades ao filho, mas acredite, forma a estrutura do futuro adulto de sucesso, quando então, voltar-se-á para lhe agradecer por não ter se cansado nunca...
Antes que eles cresçam.
Num determinado período da vida os pais ficam órfãos dos próprios filhos. As crianças crescem independente do nosso desejo. Crescem sem pedir licença. Crescem diante de um mundo perigoso, mas, inevitável. Crescem na sua maioria, com uma estridente alegria e às vezes, com alardeada arrogância.
Mas, não crescem todos os dias, de igual maneira. Em algum momento... Podem até crescer de repente, pois, sentam-se perto de você e dizem frases com tamanha maturidade, que você sente que não pode mais viver superprotegendo aquela criatura.
Como andou crescendo aquele danadinho, e quase não se percebeu. Cadê aquele cheirinho de criança, que tanto afeto inspira. Cadê as festas de aniversário, cadê os amiguinhos e o primeiro uniforme da escola?
A criança cresceu num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E agora você está ali, na porta do clube, esperando que ela não apenas apareça, mas apareça feliz. Ali também estão muitos outros pais, ao volante, esperando por seus filhos que esfuziantes de cabelos soltos, fingem não lhes ver, aproveitando todos os minutos de uma história que nunca termina. Entre amigos, lá estão nossos filhos, com o uniforme de sua geração...
Agora, com os cabelos brancos pelo tempo, foram esses os filhos que conseguimos gerar, apesar dos golpes do tempo e da ditadura dos horários. E eles crescem, mas agora, já questionando os nossos erros.
Nesse período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos não mais os recolheremos nas portas dos clubes e festas, quando surgiam entre os grupos de amigos com gírias e novas canções. Saíram do banco de trás e passaram para o volante das próprias vidas. Meu Deus, como o tempo passou!...
Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer, para ouvirmos sua alma respirando, as conversas e confidências entre os lençóis da infância ou no quarto do adolescente de paredes cobertas de adesivos, pôsteres, e discos ensurdecedores. Não os levamos suficientes vezes ao Circo que eu detestava, ao maldito parquinho ou ao Shopping. Quase não sentei a mesa com eles e hoje percebo que a bagunça que faziam a mesa era cor e beleza das nossas vidas.
Eles cresceram sem que oferecêssemos o melhor de todo nosso afeto.
No início eram os natais, páscoas, piscinas e amiguinhos. Sim, havia as brigas dentro do carro, disputa pela janela. Depois chegou a idade em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível largar a turma, os namoricos. Os pais ficaram, então, exilados dos filhos. Estão na solidão que sempre desejaram, mas, de repente... Morrem de saudades dos filhos que quase não viram crescer.
O jeito é esperar. Podem nos dar os netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não usado com os próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso na maioria das vezes os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o grande amor que ainda aquecem os seus corações de pais arrependidos.
Gostaria de lembrar-lhes queridos pais, e se ainda é possível... Percam todo o tempo, curtindo as fases da vida do seu filho, especialmente, levando-o a Igreja que é uma poderosa aliada na sua formação para a vida e também, acompanhando a sua vida escolar, em estreito relacionamento com sua escola, para que a saudade não castigue a sua consciência amanhã...