"Pai - Senta
aqui, o jantar está na mesa. Fale um pouco, tua voz está tão presa... Nos
ensine esse jogo da vida, onde a vida só paga pra ver.
Pai - Pode ser que daqui a algum tempo, haja tempo pra gente ser mais,
muito mais, que dois grandes amigos... Pai e filho talvez."
(Fábio Junior)
EU PRECISO MUITO DE
UM PAI FELIZ...
O pai chegou à
residência, mais uma vez, trazendo o mau humor habitual, estampado em seu
rosto. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades que enfrentara,
especialmente em seu trabalho, que acabara transformando-se em um ser amargo,
triste e sempre mal humorado.
Nesta noite, ao
aproximar-se da porta de entrada da sua casa que se encontrava entreaberta, viu
a luz da cozinha acesa. Deteve seus passos, ao ouvir a voz do seu filho de
apenas seis anos que conversava com sua mãe:
- Mamãe, por que
papai está sempre triste aqui em casa e quase não fala com a gente?
- Não sei amor,
respondeu a mãe, com muita paciência. Imagino que ele anda muito preocupado com
o seu trabalho, com seus negócios.
O pai permaneceu ali
parado sem coragem de entrar e continuou ouvindo:
- O que é negócios
mamãe? São as funções do seu trabalho e as lutas da vida, filho.
Houve uma pequena
pausa e a voz da criança se fez ouvir outra vez:
- Papai fica triste
ou alegre no seu local de trabalho? Fica alegre filho, respondeu a mãe.
Mas então, por que
ele só fica triste em casa?
Sensibilizado, o
pai pôde ouvir a mãe explicar ao pequeno filho:
- Nas lutas de
todos os dias, meu filho, seu pai precisa sempre demonstrar contentamento. Deve
aparentar estar sempre alegre para agradar o seu chefe e também os seus
clientes. Tudo isso meu filho é muito importante para o resultado do seu
trabalho. Mas, infelizmente quando ele volta para casa, traz consigo todas
essas preocupações e aborrecimentos que não demonstrou lá fora. Se fora de
casa, precisa cuidar para não ferir as pessoas, se mostrar sempre feliz, gentil
e atencioso com todos, em nossa casa não está acontecendo o mesmo, não é filho?
Aqui filho é a casa
do seu pai e ele não está obrigado a esconder o seu caráter e os seus inúmeros
problemas.
O filho que pareceu
escutar atentamente, todas as explicações da mãe, suspirou profundamente, como
se estivesse pensando por longo tempo e desabafou:
Que pena, mamãe! Eu
preciso tanto de um pai feliz, que me fizesse também feliz, pelo menos de
vez em quando. Que me pegasse no colo, enquanto ainda é possível...
Que brincasse comigo... Que demonstrasse gostar de mim, o tanto quanto eu gosto
dele... Seria muito legal mamãe!
Nesse momento, o
pai que a tudo escutava, sentiu suas pernas bambearem. Duas lágrimas
correram-lhe pela face e o pai se reconheceu chorando. Meu Deus pensou... Como
tenho falhado com minha família.
Ainda muito
emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o filho,
abraçou-o com força e lhe falou:
Filho de hoje em
diante serei um pai de verdade para você!
Queridos pais, humildemente precisamos também
reconhecer os erros no relacionamento com os nossos filhos e a partir daí,
fazermos o propósito de melhorarmos. Amanhã poderá ser tarde demais para resgatarmos
nossos filhos dos caminhos pelos quais a nossa ausência o fez experimentar...!
FELIZ PÁSCOA!