sábado, 19 de abril de 2014

Coluna Família Educação - Por Olavo Oliveira - Administrador Escolar

"Pai - Senta aqui, o jantar está na mesa. Fale um pouco, tua voz está tão presa...  Nos ensine esse jogo da vida, onde a vida só paga pra ver.
Pai - Pode ser que daqui a algum tempo, haja tempo pra gente ser mais, muito mais, que dois grandes amigos... Pai e filho talvez."
(Fábio Junior)

EU PRECISO MUITO DE UM PAI FELIZ...

O pai chegou à residência, mais uma vez, trazendo o mau humor habitual, estampado em seu rosto. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades que enfrentara, especialmente em seu trabalho, que acabara transformando-se em um ser amargo, triste e sempre mal humorado.
Nesta noite, ao aproximar-se da porta de entrada da sua casa que se encontrava entreaberta, viu a luz da cozinha acesa. Deteve seus passos, ao ouvir a voz do seu filho de apenas seis anos que conversava com sua mãe:
- Mamãe, por que papai está sempre triste aqui em casa e quase não fala com a gente?
- Não sei amor, respondeu a mãe, com muita paciência. Imagino que ele anda muito preocupado com o seu trabalho, com seus negócios.
O pai permaneceu ali parado sem coragem de entrar e continuou ouvindo:
- O que é negócios mamãe? São as funções do seu trabalho e as lutas da vida, filho.
Houve uma pequena pausa e a voz da criança se fez ouvir outra vez:
- Papai fica triste ou alegre no seu local de trabalho? Fica alegre filho, respondeu a mãe.
Mas então, por que ele só fica triste em casa?
Sensibilizado, o pai pôde ouvir a mãe explicar ao pequeno filho:
- Nas lutas de todos os dias, meu filho, seu pai precisa sempre demonstrar contentamento. Deve aparentar estar sempre alegre para agradar o seu chefe e também os seus clientes. Tudo isso meu filho é muito importante para o resultado do seu trabalho. Mas, infelizmente quando ele volta para casa, traz consigo todas essas preocupações e aborrecimentos que não demonstrou lá fora. Se fora de casa, precisa cuidar para não ferir as pessoas, se mostrar sempre feliz, gentil e atencioso com todos, em nossa casa não está acontecendo o mesmo, não é filho?
Aqui filho é a casa do seu pai e ele não está obrigado a esconder o seu caráter e os seus inúmeros problemas.
O filho que pareceu escutar atentamente, todas as explicações da mãe, suspirou profundamente, como se estivesse pensando por longo tempo e desabafou:
Que pena, mamãe! Eu preciso tanto de um pai feliz, que me fizesse também feliz, pelo menos de vez em quando. Que me pegasse no colo, enquanto ainda é possível... Que brincasse comigo... Que demonstrasse gostar de mim, o tanto quanto eu gosto dele... Seria muito legal mamãe!
Nesse momento, o pai que a tudo escutava, sentiu suas pernas bambearem. Duas lágrimas correram-lhe pela face e o pai se reconheceu chorando. Meu Deus pensou... Como tenho falhado com minha família.
Ainda muito emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o filho, abraçou-o com força e lhe falou:
Filho de hoje em diante serei um pai de verdade para você!

Queridos pais, humildemente precisamos também reconhecer os erros no relacionamento com os nossos filhos e a partir daí, fazermos o propósito de melhorarmos. Amanhã poderá ser tarde demais para resgatarmos nossos filhos dos caminhos pelos quais a nossa ausência o fez experimentar...!


FELIZ PÁSCOA!