terça-feira, 19 de maio de 2015

Coluna Família Educação - Por Olavo Oliveira - Administrador Escolar

AME O SEU IDOSO

Todos nós, direta ou indireta já tivemos a oportunidade de conviver com pessoas idosas, enfermas, dependentes... 

Pode ser até que você tenha hoje essa pessoa dentro do seu próprio lar. Mãe ou pai, abatidos pela enfermidade ou mesmo, pelo peso da idade. Esse ser humano querido, outrora forte, dinâmico, sinônimo da segurança familiar, agora se movimenta com lentidão, tornando-se dependente da boa vontade da família pela qual deu o melhor da sua vida!! 

Se a sua mãe, pai ou familiar se encontra nessas condições, procure ler em seus olhos tristes o apelo comovente:

Você querido filho (a), que ainda é jovem, considere que o despertar da vida é como o amanhecer. Tudo é vibrante e alegre. Mas o amanhecer não é eterno e a ele se sucedem outras fases. O meu apelo é para que não me desprezes amanhã. Que a sua convivência comigo seja de paciência, relevando minhas mãos trêmulas e o andar hesitante. 

Que você entenda, por favor, se a minha audição não é boa, minha visão imperfeita, sendo necessário grande esforço para ouvir e entender o que você me diz. Seja paciente se minhas mãos trêmulas derrubam as coisas ao chão. Se você me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu; pare para conversar comigo, pois me sinto tão só... Se, em sua sensibilidade me observar triste, entre tantos que também estão simplesmente partilhe um sorriso comigo. Seja solidário, necessito apenas de um pouco de carinho. Se repito a mesma história muitas vezes... Simplesmente ouça-me! Se me encontrar caminhando com dificuldades, não me abandones, aceito um braço forte que ampare meus passos. 

Perdoe-me se tenho medo da morte. Ajude-me a aceitar o adeus final... Fique mais tempo comigo... Para me dar segurança... Sei que o trem da vida logo irá parar na estação, e terei que embarcar... Sei também que irei só, como só desembarquei um dia... Por isso lhe peço para que não me negues a sua atenção e o seu carinho. 

Queridos o ocaso da vida é como o entardecer... Indica que é chegado o momento de partir... Mas, nem sempre a hora de partir se dá ao entardecer... Por essa razão, vale a pena viver intensamente cada minuto, dando à vida a importância que ela tem. E viver intensamente é enaltecer o tempo, desenvolvendo os infinitos dons que o Criador depositou na intimidade de cada filho seu.

Queridos pais, confesso que Deus me dotou de um coração especialmente sensível com as causas dos idosos e das crianças. A emoção é forte neste momento em que lhes escrevo... Tocado por este sentimento de ternura, e especialmente porque tenho absoluta clareza do infinito amor de Deus por você, querido amigo, é que lhe peço... AME DE VERDADE O SEU IDOSO E SERÁS ETERNAMENTE FELIZ! 

Meu amigo use toda a sensibilidade do seu maravilhoso coração e reflita sobre a história que vou lhes contar:

Certo beduíno, ainda jovem, sentindo que seu velho pai, de quem era o único responsável, o impedia do gozo inteiro da liberdade, resolveu desfazer-se do octogenário, abandonando-o no coração do deserto, à própria sorte, ou melhor, a sanha das hienas e dos lobos.

Colocou o ancião na garupa de seu cavalo e partiu. No meio do deserto, fê-lo descer, e, esporeando seu cavalo regressou, sem olhar para traz. Ao perceber, porém, a intenção do filho, o velho estendeu os braços magros em sua direção, gritando-lhe: Meu filho! Meu filho! Pelo amor de Deus, não me deixes aqui! Não é por mim que te peço, meu filho – é por ti mesmo. Escuta-me! Escuta-me!

O moço voltou. “Meu filho – continuou o ancião - para mim pouco importa a morte. Não quero, entretanto, morrer aqui, com pena de ti, para que não te aconteça na velhice o que está me acontecendo nesta hora”.

E, apertando-o nos braços trêmulos, disse: “Foi nesse mesmo lugar, meu filho, que eu, há sessenta anos Lá no alto meu filho, dizem que há um grande homem, muito justo, com um grande livro fazendo as contas da nossa passagem pelo mundo. E esse contabilista, ao que parece não falha...

Um sincero e forte abraço!